Por muito que tenha consolidado um discurso inconfundível, único e extremamente original, ao quinto álbum de originais, PZ não pára de surpreender.

 

O seu estilo está claramente marcado nos onze temas que compõem “Do outro lado”, disco que chega hoje ao mundo digital mas, talvez porque para si não existam dogmas ou temas susceptíveis de não serem questionados, dos mais profundos e existenciais aos mais fúteis ou frugais, nunca é mais do mesmo, mesmo que persista aquele sorriso nos lábios, apenas interrompido por breves e compulsivas gargalhadas, que nos invade quando ouvimos as suas canções. 

 

Desta vez, provavelmente porque “há luminosidade a mais”, a sua Pop volta a ser mais Hip Hop, mesmo sabendo que “a gera já não é o que era”...

 

E depois há os instrumentais que abrigam as suas palavras, quantas vezes ofuscados pela sua primazia. E aí PZ é um mestre que, a cada passo domina mais a sua linguagem, essa deliciosa síntese da mais estimulante história da música electrónica, onde Raymond Scott e Luke Vibert, Jean-Jaques Perrey e Morgan Geist, Kraftwerk e Egyptian Lover ou Unknown DJ convivem pacificamente."

Pedro Tenreiro