Corta-e-Cola : Discos e Histórias do Punk em Portugal (1978-1998)
Autor: Marcos Farrajota
Editora: Chili Com Carne
Idioma: Português
15.00 €
(...) dois livros unidos pela mesma lombada que sistematizam informação e recordam, de forma cronológica, quem foram os protagonistas do punk em Portugal que deixaram discografia e como o movimento foi representado na BD. "O punk não foi um movimento contínuo, mas fragmentado, esporádico, dissolvido entre outras propostas, em permanente mutação, como aliás qualquer movimento juvenil", afirma Afonso Cortez na introdução. (...) Depois de mais de 150 páginas, Afonso Cortez conclui que ao longo daqueles vinte anos (1978-1998) o grafismo foi entendido "apenas como um pormenor. E que a falta de cultura visual, ou mesmo de estudos, se reflecte de forma catastrófica na falta de qualidade do que é produzido". Embora os Faíscas e os Minas & Armadilhas sejam referenciados como os iniciadores do punk na música portuguesa, Cortez assume "Há que violentar o sistema", de 1978, dos Aqui d'el Rock, como o primeiro disco punk português. A partir daí, faz um levantamento dos discos editados, comenta a vertente gráfica das capas, mapeia os locais de concertos e a crítica na imprensa e complementa com testemunhos de músicos recolhidos pelo próprio. Mata-Ratos, Crise Total, Kus de Judas, Cães Vadios, Censurados, Nestrum, Desarranjo Cerebral, Renegados de Boliqueime, Vómito, Peste & Sida, X-Acto são algumas das bandas referidas no livro (...) Já sobre a BD, Marcos Farrajota explica o mote do livro: "Serve como uma base de referência para quem quiser pegar na BD para relacioná-la com o punk, subculturas urbanas, música, cultura DIY, artes gráficas e editoriais". (...) Farrajota recua a finais dos anos 1970 para encontrar as primeiras referências ao punk na BD portuguesa. Surgem na revista Tintin, assinadas por Fernando Relvas e Pedro Morais, "mas são situações em que os punks são apenas paisagem urbana". Será Fernando Relvas a assinar, em 1983, no semanário Se7e, "o primeiro trabalho de corpo inteiro" sobre punk, "sob a forma de uma personagem forte e feminina" chamada Sabina. Marcos Farrajota faz ainda referência à atitude "militante e amadora" de publicação, da auto-edição, dos fanzines, das colectâneas e da tecnologia da fotocópia e enumera vários autores que desenharam sobre o punk (...)
Lusa / DN
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De leitura rápida, Punk Comix não deixará de ser um instrumento de leitura obrigatória para compreender alguma da história da banda desenhada moderna e contemporânea em Portugal.
Pedro Moura in Ler BD
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(...) ambos os estudos são preciosos e sumarentos, revelando uma investigação criteriosa e mais intensiva do que exaustiva. O resultado é um brilhante mapeamento historiográfico do punk e da sua relação com a banda desenhada em Portugal.
Professora Marcivânia / A Batalha
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O Afonso tinha-me deixado boa impressão e para o encontro levara Candy Diaz, baterista dos saudosos Les Baton Rouges. Yaay! (...) O texto dele é uma catadupa de informação: estão lá Faíscas, Minas & Armadilhas, Crise Total, Ku de Judas, Corrosão Caótica, Mata-Ratos, Estado de Sítio, Anti-Porcos, Kristo Era Gay, Caos Social, Censurados, Bastardos do Cardeal, e muito mais. (...) É informação em bruto, não digerida. Só lhe recrimino isso, o não haver mais reflexão sobre os factos. Mas se calhar é mais um problema meu do que dele, pois até os sentimentos intelectualizo. Quanto à prosa do Marcos (...) falei, fiquei a perceber que o jeito dele para a narrativa não se fica pelos quadradinhos das suas BDs. Dá gosto seguir-lhe as palavras.
Rui Eduardo Paes
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Dos poucos livros existentes no mercado nacional em termos de abordagem ao universo do Rock feito em Portugal ao longo dos anos, há dois livros que sempre foram os meus preferidos: A arte eléctrica de ser português: 25 anos de Rock’n Portugal de António Duarte e o Escrítica Pop de Miguel Esteves Cardoso. Desde há duas semanas tenho mais um como preferido: Punk Comix/ Corta-e-Cola (...). Quando pensas que já não há surpresas, ou até pessoas com interesse para agarrarem de forma inteligente e com alguma prudente distância analítica, um período da história de um subgénero do Rock em Portugal, como é o Punk, situado num tempo específico (1978-98), eis que levas, qual murro no estômago, com uma agradável surpresa com este livro precioso. O que esta obra tem de diferente e de excelente, não é tanto a análise cronológica e meticulosa das bandas dum certo universo Punk nacional e seus intervenientes, bem como a sua ligação à banda desenhada que se foi e se vai fazendo aqui pelo burgo, mas sim o mote que direciona todo o livro e que é essencialmente isto: se és Punk, controlas todos os meios de produção da tua arte (Do It Yourself - DIY), assim só tu és responsável por aquilo que dás a conhecer publicamente, sem manipulações de outros, e se falhares (porque se falha quase sempre), falhaste gloriosamente, o que é sempre melhor do que nada fazer. Se ganhares algo, sabes que mais tarde vais perder, por isso não vale a pena fazer a festa antes do tempo. Não entrando em muitos pormenores (até porque este deve ser um livro lido por todos os melómanos nacionais, independentemente de gostos musicais), este está muito bem redigido, é agradavelmente informativo e formativo q.b, sem ser chato; é graficamente interessante dentro de uma estética Punk, mas sem entrar nos seus lugares comuns; há nele uma personalidade própria. (...) É desde já, um livro para o futuro, daqueles que mais cedo ou mais tarde, as novas gerações, amantes da música underground, terão de se socorrer para se informarem sobre…
Guilherme Lucas (GG Ramone)
Se o punk não fosse ateu diria que estava aqui uma bíblia do punk (...) Indispensável.
Luís Rattus in Loud
(...) não é possível escrever uma história do Punk, mas é certamente possível escrever muitas histórias do punk. Diria que tantas quantas quem decide escrevê-las ou tantas quantas as experiências individuais de quem o vive ou viveu
Diogo Duarte in Mapa